você mordia meu pé, vê se isso é coisa que se faça..tanta coisa pra morder em mim, e logo o dedinho mindinho torto que eu machuquei naquela mudança, onde a vida bambeou e quase assassinou a gente. sonhei, sonhei amor. hoje eu sonhei que chovia, a internet do mundo caia, e você me abraçava todo meio verão. o corpo suado recém banhado, aquela sensação cheirosinha de quem saiu do chuveiro e pulou nu na vida.. ai, te amo. mentira. te mordo. você fica sério. vê se pode isso, vê se eu posso isso..vê se eu posso te arranhar um tiquinho, suas costas são tão quentinhas..eu desnuda e protegida. peitinhos de pitomba perfeitamente escondidos, arrepiando tudo que há de mais vivo em você. a pele corando..suas mãos inquietas. sério, todo sério, enquanto beijo tua nuca sorrindo pro que vejo, enquanto tu me encosta. todo bonito. ai, te amo. mentira, hoje não. que hoje eu te mordo o pescoço, e os ombros e meus pés entre os teus. minhas coxas sentido suas pernas, e o meu abraço envolvendo tudo de maior que possa existir. tento te segurar até onde consigo. me entranho em você, cato espaço, cato as veias. toco teus cabelos, encosto meus olhos em tudo que ainda consigo ver. porra, sabe? é que eu te sigo. minhas mãos acarinhando teu corpo, inquietas feitos os meus sonhos, pedem perdão pela pressa. pela afobação do toque apertado.
estou apertando você. vê se isso é coisa que se faça. mas tão bom sentir teu coração batendo...respiro ofegante, e você continua vivo. durmo acordo durmo sonho corro volto, e você tão vivo..você aqui, de costas pra mim...nesse abraço infinito. te viro de frente e seguro teu rosto com força: “é pra ficar, ouviu?” é pra continuar assim..tudo tão calmo no teu coração que bate acarinhado pelo meu desespero. te amo, vai. mas você mordia meu pé, e eu dormia, acordava e corria
dormia, acordava e morria.
acordo e corro. que não é coisa que se faça. morder pé assim..morrer... morder de machucar é vacilo. mas agora vê se pode isso, vê se pode isso aqui, vê se pode, pode? eu te viro de frente e te empurro na cama, pode? vê se pode, eu subindo em você e podendo tudo que eu quiser fazer. vê se pode? você pode? será que pode ser esse abraço infinito eu te sentindo nu em mim, vê se posso sentir você inteiro metendo no meu corpo enfiando o outro enfiando os outros outros o dna de todo mundo vê se pode minha mão longe do seu coração te encostando te arranhando te apertando te abraçando. te amando. vê se pode ser. que dai eu me viro e te encaro de frente. onde teu pau me roça, e teu peito perde o medo de meter tanto amor em mim. todo, todo bonito. eu te quero inteiro. mordo teu dedinho pra mostrar como doí, daí você lambe meus tornozelos e o teu prazer me enlouquece. dormir, acordar, correr, sonhar. te dou o que for, amor, dor, café com bolo, mas meus pés ninguém tira.
corri e morri acordada.